Jesus, com suas parábolas vai nos revelando o rosto amoroso de seu Pai que também é o nosso Pai. Ao dizer que “Deus é bom”, conta a estória do pai que, ao longo do dia contrata operários para a sua vinha. Desde a madrugada até à tardinha o Pai chama:- “vai trabalhar na minha vinha”! O pagamento, a diária oferecida a todos é “uma moeda de prata.” ao final do dia, na hora do acerto, o patrão começou a pagar pelos que chegaram no final do expediente e lhes deu “uma moeda de prata”! Os que começaram trabalhar mais cedo se revoltaram, acusaram o patrão de ser injusto, queriam fazer justiça na base do grito. O dono da vinha ensinou que ele fez o que combinou e distribui os seus bens como ele quiser.
“Deus é bom”, diz o salmista; muitos repetem esse versículo sem se aprofundar na fonte dessa bondade que é o coração de Deus. Necessário é que vivamos, façamos a experiência da bondade divina para não nos confundirmos bondade e generosidade com idéias de interesses mesquinhos. Deus é bom e seu amor não está à venda; a todos Ele ama com seu amor de Pai e não segue uma escala para ver a quem amar primeiro ou merece mais que outros… Ama porque ama! Ama porque é amor!
Ao homem que chegou mais cedo, que reclamou e esperava receber mais do que os que estavam no final da fila, nosso Senhor ensina que o Pai promete a nós todos a “salvação” como dom gratuito aos que lhe acolhem de coração sincero. Na Igreja e no céu não existem lugares marcados; todos, absolutamente todos são convidados a trabalhar na “vinha do Senhor” e receber os seus dons. No Reino de Deus não há quem seja mais que seu irmão; a todos os seus filhos e filhas Deus ama e promete a “moeda de prata”, a comunhão da vida perfeita com Ele na eternidade.
Os que chegaram mais cedo, os anciãos de nossas comunidades são os que têm a responsabilidade de incentivar aos mais novos no trabalho da vinha de Deus. Os mais velhos semeiam Evangelho para que os mais novos se alimentem dos frutos do coração do Pai.
Deus é bom e deseja que sejamos bons também; o remédio que “nos cura de uma loucura qualquer”, é o amor que renova, resgata, dá sentido e renova a nossa vida de filhas e filhos seus.
“O Senhor é bom; eterno é o seu amor”! (Sl 100,5)
Mons. João Paulo Ferreira Ielo