Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão.

Se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão.

A Palavra de Deus, sempre oportuna, ilumina a nossa vida e a realidade em que vivemos. E hoje, ouvindo o profeta Ezequiel, somos lembrados da nossa missão de “sentinela”, de vigiar para alertar aos irmãos a respeito da proximidade dos males e perigos. Vigiar, não bisbilhotar… alertar aos irmãos e irmãs para que vigiem, estejam acordados a fim de não se desviar do caminho da vida nova. Omissão é um pecado grave!

A comunidade dos discípulos de Cristo é composta por gente imperfeita, gente cheia de pecados, fraquezas, e muitos atritos acontecem por exigirmos dos outros a perfeição que nós ainda não atingimos; nossos irmãos e irmãs, como nós, também erram! E, quanto mais nós vivemos, mais compreendemos as fraquezas humanas. Corrigir com caridade é crescer no amor.

“Se teu irmão pecar contra ti, corrige-o a sós”; a correção fraterna é a prática da verdade; só posso corrigir ao que é meu “irmão”! Se sou irmão tenho a responsabilidade de corrigir, de iluminar a vida de meu irmão para que não se torne prisioneiro do mal e do erro.

Corrigir é libertar, fazer crescer, erguer o irmão. Não há correção quando se diminui o outro; desse modo, para corrigir é preciso primeiro encontrar o irmão, falar com ele ou com ela e com mais ninguém! O cristão não difama seus irmãos nem permite que o façam. A correção fraterna é também ocasião de perdão, pois a comunidade-Igreja é lugar de comunhão e de perdão: “onde dois ou três se reúnem em meu nome, eu estou no meio deles”!

A correção fraterna nos traz à lembrança a nossa única “dívida” que podemos ter para com nossos irmãos: o amor fraterno! Quem ama, oferece a vida, se arrisca por causa do amor!

O profeta “vigia”, é sentinela que chama a atenção para os riscos e perigos que devem e podem ser evitados; não é o bisbilhoteiro ou bisbilhoteira, que calunia e difama seus irmãos com a sua língua de metro e meio e que só serve pra gerar intrigas, discórdias e divisões. Vigia quem exorta e alerta quanto aos males a ser evitados.

Corrigir para crescer, perdoar para vencer o mal e não para tornar os outros inofensivos, corrigir para libertar, crescer na unidade e na fraternidade. Por isso, corrigir “a sós”; ganhar o irmão na sinceridade da verdade e na caridade fraterna. A comunidade cristã cresce na reconciliação e no perdão.

“Tudo depende do amor, pois no fim é pelo amor que seremos julgados” (Sta. Teresa Benedita da Cruz).

Pe. João Paulo Ferreira Ielo

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