São Pedro e São Paulo

São Pedro e São Paulo

O martírio de São Pedro e São Paulo nos convida a celebrar a Igreja que ao longo dos tempos sofre por anunciar o Evangelho. Pedro e Paulo, as colunas da Igreja nos levam a perceber que ao professarmos a fé também precisamos vivê-la, tornarmo-nos discípulos autênticos de Cristo. A fé, quando não assumida faz de nós “cães mudos” que não alertam quando os lobos inimigos atacam.

O martírio em nossos dias acontece quando perseveramos nos ensinamentos do Evangelho, mormente na prática sincera e dedicada da caridade e no empenho em favor da justiça e da verdade como a Igreja nos transmite qual tesouro que recebeu dos apóstolos. Viver a unidade respeitando a sadia diversidade é a grande missão da Igreja e garantir nossa unidade é o fardo, a tarefa do Papa, sucessor do apóstolo Pedro. A unidade para a qual somos chamados exige conversão, caridade, respeito com os que pensam diferente, acolhida com os que chegam, carinho com as crianças, respeito e admiração pela experiência dos anciãos e anciãs e suas via crúcis. A unidade da Igreja não tem a rigidez das ditaduras e das ideologias intolerantes que preferem a uniformidade e rejeitam pensamentos discordantes por lhes faltar a prática do diálogo fraterno.

A prisão de Pedro e sua miraculosa libertação nos revela uma Igreja sempre solidária na dor e nos sofrimentos de seus filhos, pois “quando um sofre, todos sofrem”; a Igreja sempre se une ao sofrimento dos mártires que entregam a vida por causa do Evangelho. A Igreja cresce principalmente quando sofre perseguições por causa do anúncio de Cristo, a Palavra do Pai que ninguém aprisiona e a oração dos que sofrem sempre alcança o coração de Deus, como fez a comunidade reunida sofrendo e rezando por Pedro na prisão.

Paulo escreve a Timóteo o seu testamento, seu bilhete de despedida. Pressentido a proximidade da morte, Paulo parece se preparar para a grande festa da sua vida. Faz um balanço de sua vida comparando-se a um atleta aplicado. “Estou pronto para ser oferecido em sacrifício”. “Combati o bom combate, terminei minha carreira e guardei a fé”. “O Senhor esteve ao meu lado e me deu forças” para que não me sentisse abandonado.

O martírio, o testemunho, o sangue derramado não mata a fé, pelo contrário, tudo isso faz com que ela floresça mais bela e forte. Martírio e testemunho são consequência do amor por Jesus Cristo.

“E vós, quem dizeis que eu sou”? Jesus não está preocupado com a sua popularidade, mas quer saber o que seus discípulos entendem a respeito d’Ele e de sua missão. O que o mundo, os outros dizem não é tão relevante. E insiste:- “e vós, quem dizeis que eu sou?” a resposta-profissão de fé de Pedro revela a sólida fé da Igreja que herdamos dos apóstolos! É Jesus o Cristo, o Filho de Deus! E Pedro, por sua fé, é a pedra sobre a qual o Senhor edifica a sua Igreja.

Conhecer, saber, viver, amar e testemunhar Jesus Cristo é fundamental para a nossa identidade cristã católica. A Igreja que Jesus inicia com seus apóstolos não é a dona da verdade, entretanto recebeu de Jesus a missão de zelar e cuidar da Verdade por Ele comunicada a nós; deve também ensinar a sua Palavra e testemunhar seu Evangelho e apontar no mundo os sinais da presença do Reino de Deus.

Unidos ao Papa celebramos a nossa vocação cristã de ser “testemunhas do Evangelho” e, testemunhar Cristo não é repetir como papagaios respostas que outros disseram, mas com a vida demonstrar como ele vive em nós e como o mostramos ao mundo.

“O sangue dos mártires é semente de novos cristãos” (Tertuliano).

Pe. João Paulo Ferreira Ielo

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