Nós celebramos em Pentecostes a realização da promessa feita por Jesus aos discípulos quando lhes disse que “não os deixaria sós”. Envia sobre os apóstolos e sobre a Igreja o seu Espírito Santo, o Deus amor que com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; é o amor consolador que entusiasma a Igreja e cada um dos batizados na vivência da missão.

Pentecostes era uma grande celebração do povo de Deus quando encerrava as colheitas e ofereciam os seus frutos e também se fazia uma peregrinação ao templo de Jerusalém concluindo os festejos da Páscoa. Segundo a narrativa dos Atos dos Apóstolos, na manhã do dia de Pentecostes, o Espírito Santo vem sobre os Apóstolos que estavam reunidos com medo dos judeus e saudade de Jesus.

Os que antes estavam dominados pelo medo, agora encorajados pelo Espírito Santo proclamam a ressurreição de Cristo e as maravilhas de Deus a todos quantos escutam; e, nas mais variadas línguas, as pessoas “entendem” a pregação dos Apóstolos! Mais importante que “falar” línguas diferentes, é tornar o amor de Deus conhecido em qualquer lugar e por qualquer pessoa, pois o Espírito Santo é Espírito de unidade e comunhão, diferente de Babel onde o espírito egoísta-diabólico fez reinar a confusão. Ainda hoje muita gente prefere a confusão e, pensando somente em seus interesses, abandona a comunhão do amor e então reina o caos e ninguém mais se entende!

Santo Agostinho ensina que “para receber a vinda do Espírito Santo é necessário conservar a caridade, amar a verdade e desejar a unidade!” E o Espírito Santo nos é dado sem medida. Deus não classifica quem recebe mais ou quem recebe menos. Ele derrama seu Espírito Santo sobre nós. “Os que participam do Espírito Santo recebem seus dons na medida em que permite a disposição de cada um” (São Basílio). Coração fechado não recebe nada; se não houver disposição, vontade acolhedora, ficamos sem Ele. E são Paulo também nos alerta dizendo que “se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo”. ( cf. Rm 8,9)

O Espírito Santo é que dá sentido à nossa vida e à nossa missão. É o nosso Consolador, Advogado, Defensor, é nosso Encorajador e Senhor. Viver no Espírito Santo é agir de forma que nossas atitudes revelem o amor de Deus; é revelar que amamos a Deus em nosso amor fraterno e quando testemunhamos amor e perdão como o “sopro” do Ressuscitado sobre seus discípulos.

No mundo de hoje, em que cresce de propósito a “confusão” entre as pessoas, os discípulos de Cristo, animados por seu Espírito são chamados a testemunhar o amor que fala e é compreendido em todas as línguas.

“A bondade é uma linguagem que o surdi consegue ouvir e o cego consegue enxergar”. (Mark Twain)

 

Pe. João Paulo Ferreira Ielo