Igreja participa de ações do Dia Mundial do Combate ao Trabalho Infantil, em 12 de junho

Igreja participa de ações do Dia Mundial do Combate ao Trabalho Infantil, em 12 de junho

Na próxima sexta-feira, 12 de julho, é celebrado mundial e nacionalmente o Dia de Combate ao Trabalho Infantil. A igreja está inserida nas iniciativas desta data por meio da Pastoral do Menor, do Santuário Nacional de Aparecida e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que apoia ação promovida pelo Ministério Público do Trabalho, a justiça do trabalho e outras instituições públicas e da sociedade civil.

Instituído pela Lei 11.542, de 12 de novembro de 2007, o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil foi inspirado na data definida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) cinco anos antes, quando houve a apresentação do primeiro relatório global sobre o trabalho infantil na Conferência Internacional do Trabalho. Desde 2002, a OIT convoca a sociedade, os trabalhadores, os empregadores e os governos do mundo todo a se mobilizarem contra o trabalho infantil.

Mesmo com a norma constitucional estabelecendo direitos e proteção à criança, ao adolescente e ao jovem, o Brasil tem 61% de suas crianças e adolescentes prejudicados, de alguma forma, pela pobreza, vítimas do trabalho infantil ou sem acesso à educação, informação, moradia, água e saneamento, de acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PnadC), em 2016, havia 2,4 milhões de crianças e adolescentes de cinco a 17 anos em situação de trabalho infantil, o que representa 6% da população (40,1 milhões) nesta faixa etária.

Entre 2007 e 2019, 279 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos morreram e 27.924 sofreram acidentes graves enquanto trabalhavam. Nesse mesmo período, 46.507 crianças e adolescentes tiveram algum tipo de dano à saúde em função do trabalho.

Igreja em sintonia

O Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), está em sintonia com a celebração da data. A missa das 9h no Altar Central do Santuário, na próxima sexta-feira, será em intenção às crianças e adolescentes. De acordo com o Santuário, a missa quer chamar atenção dos órgãos públicos, da sociedade e das entidades para a união no trabalho de conscientização sobre os malefícios do trabalho infantil. Durante a celebração da missa, será lida a “Carta de Aparecida” contra o trabalho infantil e o estímulo à aprendizagem, alertando sobre a dimensão do problema no Brasil.

O Papa Francisco enviou uma carta ao reitor do Santuário, padre Eduardo Catalfo, unindo-se “de bom grado às iniciativas promovidas” pela Casa da Mãe Aparecida: “Trata-se de uma oportunidade para unir esforços em vista de erradicar essa chaga tão terrível que priva a tantas crianças do seu direito de ter uma infância saudável. De fato, não podemos tolerar que em nossas sociedades existam crianças que não têm liberdade para brincar, ir à escola, e acabam sendo exploradas como mão de obra, ‘obrigadas a trabalhar em condições degradantes, expostas a formas de escravidão e de exploração, bem como a abusos, maus-tratos e discriminações’ (Audiência Geral, 11/6/2014)”, diz o texto.

Diante desse flagelo, é preciso recordar a convicção de que a saúde de uma sociedade está diretamente ligada ao modo como cuida de suas crianças e seus jovens: são o futuro de uma nação. Por isso, fechar os olhos para a exploração infantil – de qualquer espécie – significa hipotecar a esperança. Ao contrário, possam os fiéis católicos, unidos aos demais cristãos e aos homens e mulheres de boa vontade trabalhar junto com instituições promovendo inciativas concretas e eficazes para garantir e defender a dignidade daqueles que são mais frágeis. Nesse sentido, peço a Nossa Senhora Aparecida, que vela com Coração materno pelo povo brasileiro, que inspire e acompanhe todos os que estão comprometidos com esta nobre causa da erradicação do trabalho infantil“, desejou o Papa.

A CNBB e a Pastoral do Menor, que integra nos estados a rede do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação ao Trabalho Infantil (FNPETI), também apoiam as ações voltadas para a data, como a iniciativa do Ministério Público do Trabalho, da Justiça do Trabalho, do FNPETI, da Organização Internacional do Trabalho e diversas instituições e entidades da sociedade civil com o objetivo de sensibilizar e alertar o Estado e toda a sociedade para o elevadíssimo número de crianças, que longe da escola e da infância, trabalham em condições indignas. Buscam, também, demonstrar que o trabalho infantil é uma das formas de exploração mais prejudiciais ao desenvolvimento pleno do ser humano e uma grave violação aos direitos fundamentais de crianças e adolescentes.

Neste contexto de pandemia, a iniciativa tem o mote “Covid-19: agora mais do que nunca, protejam crianças e adolescentes do trabalho infantil”.

Comentários