Escuta! 23º domingo comum ano “B”

Escuta! 23º domingo comum ano “B”

Escuta! 23º domingo comum ano “B”
O Evangelho nos conta o vigoroso encontro entre Jesus e um surdo mudo que, por ser deficiente era também excluído. Não escutando a Palavra também não poderia louvar o Senhor! E, visto que o mandamento da Lei que os judeus recitam diariamente começa dizendo “Shemá”! “Escuta Israel”, não escutar é  não acolher o Senhor que nos fala.
O Messias de Deus vem chegando e com ele vem também o Reino no qual os que não têm vez, poderão tomar parte, festejar, e se alegrar; os surdos vão ouvir, os mudos falar, os coxos poderão andar e dançar sem dificuldades. Essa é a proclamação de Isaías ao consolar o povo de Deus e reavivar a esperança a fim de vencer o desânimo! “Coragem! O nosso Deus vem Salvar”!
Ao curar o surdo-mudo Jesus realiza os sinais da presença de Deus no meio do povo. A comunidade-Igreja é o lugar em que os discípulos são convidados a escutar a Santa Palavra e praticar o bem sem excluir ninguém. É na reunião da comunidade que escutamos o que Deus nos fala. A comunidade leva até Jesus o surdo-mudo; ele se detém com o rapaz, o acolhe, não faz um show de cura e estrepolia, nem se promove à custa do sofrimento alheio. E, num lugar à parte, o catequiza, reza, toca seus lábios e seus ouvidos com saliva, sopra o seu Espírito de vida nova sobre ele e lhe dá novo ânimo. A saliva para os antigos era a “materialização” do sopro criador do início do mundo, que fez surgir a vida. E Jesus ordena “EFFATÁ”! Abre-te!
Os surdos podem ser deficientes pela perda natural da audição, como também podem se fazer de surdos ao se negar ouvir algo da realidade ou para fugir da verdade. “Esse povo tem ouvidos, mas não ouve”! Não escutamos Deus a nos falar se antes não tiramos os protetores auriculares ou nossos fones; nem se lê a bíblia vendo mensagem no celular.
Não é suficiente trocar as pilhas do aparelho auditivo, ou deixar bem arrumados os ouvidos e a língua desenrolada. É necessário “abrirmo-nos” para que o Senhor nos fale ao coração; abrir nossa vida para acolher Deus e os irmãos. Cristianismos não é religião do “eu” sozinho, mas sim a religião do “nós” que formamos o povo de Deus, o Corpo de Cristo, a Igreja.
Muito triste ver que hoje muitos são surdos por não querer ouvir o Senhor e nem a Igreja, entretanto, dão crédito a fofocas, “fake news” e acabam duvidando do Evangelho.
“Enquanto nosso Senhor estava na terra, concedeu aos surdos a graça de poderem ouvir e a capacidade de falar algumas línguas que não aprenderam a falar, para que se reconhecesse que é ele quem, após sua exaltação, deu aos discípulos a capacidade de falar em todas as línguas”! (Santo Efrém, diácono).
Mins. João Paulo Ferreira Ielo

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