“Entra na alegria do teu Senhor” 33º Domingo ano “A”

“Entra na alegria do teu Senhor” 33º Domingo ano “A”

A vida da fé é dinâmica; a fé nos leva a tomar atitudes que a revelem e, como disse são Tiago, “a fé sem obras é morta”! Quando dizemos que temos fé, que confiamos em Deus, mas não colocamos em prática a fé que celebramos, estamos enterrando os talentos, os dons que nos foram confiados para produzir vida nova.

O evangelho deste domingo nos propõe alguns desafios ao apresentar a parábola dos talentos, pois o Senhor nos vai pedir contas quando nos apresentarmos diante d’Ele.

Antes de nos falar do Juízo final, são Mateus conta esta parábola para nos provocar. Um homem, um patrão viaja e entrega a seus empregados o cuidado dos seus bens; devem esses administrar os “bens” de seu patrão. Cabe aos servos se arriscar para que os talentos de seu patrão se multipliquem. E cada qual recebe de acordo com sua capacidade; como nós em relação a Deus, cada qual recebe de acordo com a disponibilidade para acolher a graça do Senhor, contudo, todos recebem a incumbência de zelar pelos dons recebidos.

Dois dos empregados logo se arriscam e fazem com que os “talentos” recebidos se multipliquem. Esses nos lembram as pessoas que se empenham em favor do Evangelho, trabalham unindo a comunidade e fazem o Reino de Deus apresentar seus sinais aqui e agora. Mas há outro empregado, acomodado, preguiçoso que não assume a responsabilidade da fé, não diz nunca o que pensa por medo de se queimar, “tem medo de errar” e desagradar alguém e usa a desculpa de que o “patrão é bravo” e fica com aquela cara de paisagem, não veste a camisa, não assume os trabalhos da comunidade, tem medo de levar pedrada e para não desagradar… peca por omissão. Não abre a boca e perde a oportunidade de anunciar a alegria do Evangelho!

Ser fiel a Deus é arriscar-se pelo Evangelho, é colocar a “cara a tapa” e testemunhar a fé recebida no Batismo. Se não sabemos o dia nem a hora que o Senhor vem, não podemos ficar parados igual poste, não podemos enterrar os talentos e nem acumular bens! É preciso remexer a terra para que o plantio seja frutuoso.

Ainda hoje há pessoas que sonham com uma Igreja do passado, satisfeita consigo que não saía da sua sacristia e se assustam quando o papa Francisco recorda São João XXIII e diz que a Igreja está em permanente estado de conversão. Sem conversão não se é fiel a Jesus e ao Reino! Fazer os talentos se multiplicar é ser sal, luz e fermento; é amar aos irmãos, amar a verdade e praticar a caridade, é tornar o Cristo o centro de nossa vida.

Esta é hora de trabalhar para que “o Evangelho cresça”; quem é fiel no pouco será fiel também no muito. É hora de “ir às periferias existenciais”, assumir a responsabilidades e consequências da fé, navegar contra a correnteza das religiosidades superficiais para abraçar o Senhor, justo Juiz que nos chama a “participar das alegrias de sua casa”.

“A tua única sabedoria será a ciência da cruz”! (Beato Van Thuan)

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