“E vós, quem dizeis que eu sou?” 24º domingo ano B
“E vós, quem dizeis que eu sou?” 24º domingo ano B
Depois de aproximadamente três anos de convivência, Jesus questiona seus discípulos a respeito de sua vida, e sobre o que eles “ouviam” das pessoas quando se referiam a ele. Jesus é o Mestre que ensina com o que diz e com o modo como vive. Ele fala e faz!
Em nossos dias também há muitos que falam de Jesus, e muitos que falam, nem sequer leram o Evangelho; contudo, muitos que ouviram não sabem nada de Jesus, não se encontraram com ele e há além desses uma multidão que não conhece e nem ouviu falar a respeito de Jesus. Mas, muito se diz a seu respeito
Dirigindo-se aos discípulos e como que nos “encarando” Jesus dispara:-“e vós, quem dizeis que eu sou?” Nós conhecemos a resposta que o Pai inspira a Pedro; a resposta que muitos também repetem sem pensar muito. Não é suficiente uma resposta inteligente, aprendida, decorada; é essencial responder com a vida, com as atitudes, com a experiência de quem convive com Jesus! O que significa o Messias, Salvador, Redentor no nosso viver? O que nossas atitudes revelam de Jesus Cristo?
Segundo são Marcos, o Cristo de Deus será revelado definitivamente ao ser dependurado na cruz! Desse modo, os discípulos do Messias precisam também tomar a sua cruz, dar a vida pelos seus irmãos, amar até aos inimigos e colocar em prática a fé que a boca professa.
Se confessamos o Cristo como Senhor e Messias, nossa vida e nossas atitudes não podem contradizer o Evangelho; não podemos afirmar uma coisa e fazer o contrário. Nosso Salvador tomou o caminho do esvaziamento de si, deu-se, entregou-se a fim de aprendermos onde está nossa real segurança. Pedro imaginava um messias que viesse resolver problema, expulsar os inimigos, formar o governo dos cupinchas e bajuladores. E levou um tremendo susto com o anúncio da Cruz redentora do Senhor, sua morte e ressurreição. Ainda não havia compreendido a grande lição do Mestre e deveria continuar discípulo, ir, caminhar, seguir o Mestre, “vade retro”, vai para trás, segue-me, para aprender a tomar a cruz e dar a própria vida!
O Servo de Iahweh é Jesus e a vocação do povo de Deus é escutar a sua Palavra, aprender todos os dias a responder ao mal com o bem. O caminho da violência e das agressões não é cristão.
Não basta responder bonito quem é Jesus se as atitudes não o revelarem; se uma pessoa não cristã nos questionar a respeito de Cristo, o que diríamos?
“Quem quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga”
O “Servo do Senhor” não se arma porque aprendeu que Deus é a sua defesa: “se Tu me ajudas, quem me condenara?”
“Convém que sejamos cristãos de fato e não só de nome” (Sto. Inácio de Antioquia)
Mons. João Paulo Ferreira Ielo